O primeiro-ministro espanhol disse, nesta segunda-feira 22, que o ódio e a xenofobia não devem ter lugar no futebol e na sociedade e criticou os insultos racistas sofridos pelo jogador brasileiro Vinícius Jr. no jogo de ontem entre o Real Madrid e o Valência.
Pedro Sánchez, no entanto, não pediu qualquer punição aos adeptos, ao contrário do Governo brasileiro e do presidente do clube madrilenho.
"Tolerância zero com o racismo no futebol. O esporte se fundamenta nos valores da tolerância e do respeito. O ódio e a xenofobia não devem ter lugar no nosso futebol e na nossa sociedade", disse Sanchez
A declaração do Chefe do Governo serviu para lançar o anúncio de uma campanha contra o racismo nos estádios da Espanha, uma iniciativa do Conselho Superior de Esportes da Espanha, em conjunto com a Federação Espanhola de Futebol e a La Liga.
Os capitães dos principais clubes espanhóis também participarão da campanha.
Por seu lado, o clube de Vini Jr., Real Madrid, apresentou hoje uma denúncia na Procuradoria-Geral da Espanha por delitos de ódio e discriminação contra o brasileiro Vinícius Jr, que joga no clube espanhol.
"O Real Madrid considera que tais ataques também constituem um crime de ódio, razão pela qual apresentou denúncia correspondente à Procuradoria-Geral do Estado, especificamente à Procuradoria contra crimes de ódio e discriminação, para que os fatos sejam investigados e apuradas as responsabilidades", lê-se num comunicado divulgado pelo clube, cujo presidente, Florentino Pérez, reuniu-se com Vinícius Jr. na sede do clube, a quem informou das diligências.
A Procuradoria informou a abertura de um investigação.
No domingo, em Hiroshima, o Presidente brasileiro criticou duramente os a todos racistas e pediu respostas das autoridades.
Hoje, um comunicado conjunto dos ministérios de Relações Exteriores, Igualdade Racial, Desporto e Direitos Humanos e Cidadania pediu às "autoridades governamentais e desportivas da Espanha que tomem as providências”para punir os autores dos actos de racismo e evitar que eles se repitam.
O Governo brasileiro pede também a intervenção da Federação Internacional de Futebol (FIFA).
No domingo, o camisola 20 merengue voltou, uma vez mais a ser alvo de ataques racistas em Mestalla, no jogo contra o Valência.
Antes e durante o jogo um sector do público entoava um canto "Macaco, macaco", tendo Vini Jr. chamado o árbitro para indicar pessoas que o ofenderam à beira do campo.
O jogador brasileiro ainda foi expulso por bater no rosto de um adversário, que antes o tinha agarrado pelo pescoço, mas este não foi expu que mobilizou o brasileiro pelo pescoço. A agressão do jogador do Valencia não foi punida.